The Management of Loss: Politics of Life and Death in Minas Gerais (Brazil)

Whereas ‘crises,’ such as the outbreak of an epi- or pandemic and the ‘catastrophic’ collapse of infrastructures, are usually analyzed separately in anthropology, this project suggests a shift of attention. Instead, it scrutinizes the interrelated ways in which multiple crises shape expectations towards and understandings of governance and (state) care practices, and the consequences these bear for the people affected, by focusing on a specifically local, postcolonial and post-dictatorial context.

For this purpose, this project focuses on two disasters that are typologically different but coincide in time. In the city of Brumadinho, in the state of Minas Gerais in southeastern Brazil, the population is currently experiencing not only a particularly severe development of the Covid-19 pandemic, which confronts the entire South American country with the dramatic consequences of a chronically underfunded public health system (Sistema Único de Saúde – SUS); the community is also dealing with another central and, as yet, unresolved crisis: the collapse of the tailings dam of an iron ore mine in January 2019 that killed 272 people and devastated the surrounding area – a crime that gained worldwide attention.

The project understands the temporal intersection of these two crises as an opportunity to reflect on how iterating states of exception are (inter)related through different moral valuations and valorizations – of suffering, of life and death, but also of the right to be cared for by the state. Against this background, it asks to what extent both crises reconfigure the moral economies relating the state and its citizens, the living and the dead. The project, thus, draws upon the fact that no crisis, as mighty and current as it might seem, appears as a singular incident but rather refers (back) to a temporalization of ‘normality’ that relates different dimensions and perceptions of ‘crisis.’ Accordingly, the project aims at contributing anthropologically towards the understanding of different complementing and competing layers of time and meaning based on the perspectives of the different actors involved.


A Gestão de Perdas: Políticas de Vida e Morte em Minas Gerais (Brasil)

Configurações de crise, como o surto de uma epi- ou pandemia e o colapso imprevisto de infraestruturas, geralmente, foram analisados separadamente pela antropologia contemporânea. O projeto presente escolhe uma abordagem diferente. Foca nas relações emergindo entre diferentes crises que ocorrem em um contexto local específico e examina como essa série de incidentes críticos molda as expectativas quanto ao dever de cuidado incluído na ação de governo num contexto pós-colonial e pós-ditatorial.

Para fazer isso, este projeto se concentra em dois desastres que estão tipologicamente diferentes, mas que coincidem no tempo. Na cidade de Brumadinho, localizado no estado de Minas Gerais no sudeste do Brasil, a população está atualmente passando não apenas por um desenvolvimento particularmente severo da atual pandemia de Sars-CoV-2, que confronta todo o país sul-americano com as consequências dramáticas de um sistema de saúde pública (Sistema Único de Saúde – SUS) cronicamente subfinanciado; além disso, a comunidade também está lidando com uma outra crise central e, por enquanto, ainda não resolvida: o rompimento da barragem de rejeitos de uma mina de ferro em janeiro de 2019, que custou as vidas de 272 pessoas e devastou a área circundante – um crime que atraiu atenção internacional.

Então, o projeto entende a intersecção dessas duas crises como possibilidade de refletir sobre até que ponto situações excepcionais repetidas são relacionadas por avaliações morais diferentes – de luto, de sofrimento, de vida e morte, mas também do direito a receber assistência social do estado. Com isso em mente, o projeto pergunta: em que medida ambas as crises coincidentes em Brumadinho reconfiguram as economias morais que ligam o estado e seus cidadões tal como os vivos e os mortos? O projeto é baseado no fato que nenhuma crise, embora possa parecer excepcionalmente poderosa e atual à primeira vista, não se mantém por si só, mas recorre a uma temporalização de ‘normalidade’ que relaciona dimensões e percepções diferentes de crise. Neste sentido, o objetivo do projeto é contribuir para melhor entender a complementaridade e a concorrência de camadas de tempo e de sentido diferentes de catástrofes nas perspectivas de vários atores.

Gestão de projeto: Profa Dra Heike Drotbohm

Assistente de pesquisa: Theresa Mentrup, M.A.